A Prefeitura de Campo Grande, recentemente, voltou a ser palco de denúncias por importunação sexual. Servidor do município foi denunciado por dar abraços e cantadas em duas adolescentes do Instituto Mirim, no ambiente de trabalho.
Uma das vítimas, de 16 anos, denunciou o assédio sexual à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), no último dia 24 de abril.
Segundo as denúncias, o servidor que seria um agente de gestão da Prefeitura, aproximou-se da adolescente enquanto ela tomava água no bebedouro. Ele a abraçou por trás e subiu com as mãos para pegar em seus seios. O acusado teria ainda tentado beijar a aluna do Instituto Mirim no rosto.
A vítima, acompanhada pela mãe, disse à polícia que o servidor investiu contra ela com perseguições e cantadas, no ambiente de trabalho. Conforme boletim de ocorrência, o servidor teria mandado também mensagens para a adolescente com cantadas, fora do horário de expediente.
Uma outra aluna do Instituto Mirim teria sido vítima dos abusos praticados pelo mesmo servidor. Contudo, não se sabe se essa menina teve a mesma iniciativa de procurar a delegacia para registrar o caso. Segundo informações do município, o homem foi afastado de suas funções.
Casos seguidos
No último dia 29 de abril, mais um caso de crime sexual ocorrido dentro do Paço Municipal veio à tona. Uma adolescente de 17 anos registrou boletim na delegacia contra servidor, acusando-o de assédio.
Motivada a denunciar pela colega do Instituto Mirim, que também foi vítima do funcionário público, a menina contou que há dois meses estava sendo perseguida. Em suas declarações, a adolescente afirmou que o servidor passava a mão sobre o seu corpo, mandava indiretas sobre querer se casar com ela, e tentava forçar abraços.
Conforme ainda declarou a menina, o Instituto Mirim ao tomar conhecimento do caso, a realocou em outro local.
Histórico de assédios
Os casos relatados acima não são os únicos envolvendo o Instituto Mirim. Em 2023, uma aluna de 15 anos denunciou um funcionário do próprio Instituto por assédio sexual.
A mãe da menina registrou o crime na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). Segundo ela, tudo começou quando o funcionário resolveu chamar sua filha para conversar no WhatsApp.
De acordo com registro feito na delegacia, o funcionário sempre sentava muito perto da menina, e chegou a passar as mãos em suas pernas. Em atos de perseguição, ele ainda a obrigava a mandar mensagens com “bom dia” e “boa noite”, e se não fizesse isso, ligava insistentemente até que ela respondesse.
A mãe, temendo pela segurança da filha, pediu medidas protetivas contra o autor dos assédios sexuais.
O funcionário, diante da repercussão negativa, acabou sendo demitido. Contra ele, na época, pesou outras acusações. Uma outra aluna o denunciou, por abusos cometidos de 2021 a agosto de 2022. O funcionário, que era do setor musical do Instituto, ainda foi acusado de humilhar os alunos com apelidos pejorativos, sem falar das ameaças que ele fazia à menina, falando que tinha uma coleção de armas e que seria capaz de matar uma pessoa.
Neste último caso relatado, a adolescente resolveu sair do Instituto Mirim, e teve que ser submetida a tratamento psicológico no Caps Juvenil. Os crimes cometidos contra ela desencadearam crises de depressão e ansiedade.