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Mosquito aliado no combate à dengue terá efeito até 2025

Ações mecânicas para eliminar criadouros devem continuar mesmo com introdução do novo método

30/01/2020 às 17h30
Por: Fonte: Correio do Estado
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Previsão é de começar a soltura dos mosquitos com Wolbachia a partir de junho deste ano - Foto: Foto: Divulgação / WMP-Brasil
Previsão é de começar a soltura dos mosquitos com Wolbachia a partir de junho deste ano - Foto: Foto: Divulgação / WMP-Brasil

Lançado em Campo Grande no mês de abril de 2019, com investimento de R$ 22 milhões, o novo método de combate à dengue e a outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti deve começar a apresentar os primeiros resultados entre 2022 e 2025.

O método Wolbachia será implantado em todos os bairros da Capital, mas não descarta a continuidade das ações mecânicas de combate a criadouros do mosquito – especialmente a eliminação de água parada.

A capacitação de aproximadamente 500 agentes comunitários de saúde para atuarem na implantação da nova estratégia de combate ao mosquito – que também transmite zika, chikungunya e outras doenças – começou esta semana na Capital.

Os servidores vão orientar a população de sete bairros sobre o método Wolbachia, que é uma bactéria inserida nos mosquitos em laboratório. Com isso, os insetos têm a capacidade de transmissão das doenças diminuída. A Wolbachia não representa nenhum tipo de perigo para outros animais e seres humanos.

Já com a bactéria inserida, os mosquitos devem começar a ser soltos a partir de junho nos bairros Centenário, Batistão, Aero Rancho, Lageado, Coophavila II, Tijuca e Guanandi. Porém, esse processo é antecedido por outra etapa.

“Antes das liberações, fazemos o engajamento da população, que é uma fase em que dialogamos com os moradores para apresentar como o método Wolbachia funciona e tirar as dúvidas”, explicou o entomologista Gabriel Sylvestre, do World Mosquito Program (WMP) Brasil, organização sem fins lucrativos que atua em 12 países.

CONTINUIDADE

Apesar dessa nova técnica, as medidas atuais de combate ao mosquito não devem parar, já que esse método é apenas complementar. Portanto, a população deve manter a eliminação de focos do Aedes aegypti.

Uma vez liberados, os mosquitos com a bactéria se reproduzem com outros sem Wolbachia. Assim, a população dos insetos vai sendo gradualmente substituída pelos espécimes com a bactéria, diminuindo a capacidade de transmissão dos vírus.

Desde 2014, o WMP Brasil atua com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Ministério da Saúde. O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a receber a técnica, que aponta redução no número de casos de chikungunya. No ano passado, o Ministério decidiu expandir o método para Belo Horizonte (MG), Petrolina (PE) e Campo Grande. 

RISCO

Esta é uma das medidas da prefeitura para evitar uma nova epidemia neste ano. Estão sendo realizados mutirões em bairros da Capital e ações de orientação em empresas.

Nas últimas duas décadas, Campo Grande enfrentou seis grandes epidemias de dengue, nos anos de 2002, 2007, 2010, 2013, 2016 e 2019. No ano passado, o município registrou 39.433 notificações e oito mortes que tiveram a dengue como causa. Até o dia 24 de janeiro, já foram 1.195 notificações e um óbito.

A febre chikungunya foi registrada pela primeira vez em 2014. Foram confirmados 63 casos no ano passado. Dois anos depois, o zika vírus foi registrado. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) registrou 13 malformações congênitas de bebês nascidos de mulheres que contraíram o vírus.

“A concomitância da circulação das três arboviroses torna tudo mais difícil, porque as apresentações clínicas se confundem e têm repercussões diferentes. As arboviroses não podem ser tratadas como as outras doenças. É preciso integrar diversas ações e isso não é fácil”, explicou a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo. 

Em 2019, foram notificados 39.433 casos de dengue em Campo Grande. Oito pessoas morreram em decorrência da doença. Até o dia 24 de janeiro de 2020, ocorreram 1.195 notificações na Capital e uma pessoa morreu.

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